sábado, 29 de janeiro de 2011

Bonecos Contadores de Histórias


por Joba Tridente

Quando Conto Histórias dizem que faço Teatro de Bonecos. Quando faço Teatro de Bonecos dizem que Conto Histórias. Quando me perguntam o que faço, digo que não sei. Pensei que fosse a mesma coisa. Oh, Santo Equívoco das Interpretações Perdidas (ou seria Incompreendidas?!), livrai-me da decrepitude hostil.


A Filha do Rei

Sempre achei que escrever um bom livro fosse contar uma boa história. Que fazer um bom filme fosse contar uma boa história. Que fazer uma boa música fosse contar uma boa história. Que fazer um bom teatro fosse contar uma boa história. Mas, cada dia encontro entendidos formados teoricamente em qualquer pós-bobagem dizendo que nada é o que parece porque é diferente.


O Bode e a Onça

Conheci uma fugidia cidadã (em uma das minhas recentes oficinas) que renegava a oralidade (a memória ancestral) dos velhos (analfabetos) porque estava fazendo doutorado em Contação de Histórias e acreditava apenas no que lhe parecia culto e que estivesse escrito numa folha de papel. Ou na teoria de outros teóricos que procuram signos além do significado.


O Bicho Folharal

Felizmente eu acredito na magia, na fantasia, no lúdico, na imaginação. Não faço espetáculo pensando em educação moral e cívica. Eu Conto Histórias porque é divertido. Tanto faz se estou numa praça, num teatro ou ônibus palco, numa feira agropecuária ou literária, numa sala de aula ou de rodoviária. Não me incomoda se o público (criança, jovem ou adulto) é de meia dúzia ou de seiscentos. Ou ainda se as suas necessidades especiais são físicas, intelectuais, sociais. O que quero é encantar!


Marylin

Estes são Bonecatores e Bonecatrizes em cena de alguns espetáculos (híbridos) que tenho apresentado nos últimos dez anos. Alguns deles já se aposentaram, foram sequestrados ou estão adormecidos à espera do terceiro sinal.

Todos os Bonecos são criações de Joba Tridente
Fotos: Marcos Stankievicz Saboia (5) e Bruna Bazzo (1 e 3)

domingo, 23 de janeiro de 2011

Recicle: Sobrou, vira Piá de Rua!


criação e fotos de Joba Tridente

Quando oriento Oficinas de Confecção de Bonecos Animados sinto que, dependendo do público, por mais simples que sejam os bonecos de caixas, ele trava.


Poucos oficinandos conseguem visualizar uma letra “O” (ou “algo” arredondado) como olho ou uma bolota como nariz.


Tem gente que reclama das revistas ou embalagens que tem em mãos. Diz não encontrar nenhum material. Pego a publicação e recorto olhos, narizes, adereços, e coloco à disposição. Se há recusa em usar esse material, guardo e monto novos bonecos para apresentar na aula seguinte.


Três deles (que postei aqui), o Palhaço, o Bad Boy Good e o Piá de Rua, foram construídos com material recusado numa Oficina em uma instituição que abriga adolescentes transgressores (em semiliberdade).


Piá de Rua: embalagem de atum, caixa de fósforos, recorte e sobras de papel, lacre de embalagem.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Recicle: Sobrou, vira Bad Boy Good!


criação e fotos: Joba Tridente

Quando oriento Oficinas de Confecção de Bonecos Animados sinto que, dependendo do público, por mais simples que sejam os bonecos de caixas, os oficinandos travam. Poucos conseguem visualizar uma letra “O” (ou “algo” arredondado) como olho ou uma bolota como nariz.


Reclamam que nas revistas ou embalagens que têm em mãos não encontram material. Pego a publicação e recorto olhos, narizes, adereços, e coloco à disposição. Como se recusam a usar esse material, guardo e monto novos bonecos para apresentar na aula seguinte.


Três deles (que vou postar aqui), o Palhaço, o Bad Boy Good e o Piá de Rua, foram construindo com material recusado numa Oficina em uma instituição que abriga adolescentes transgressores (em semiliberdade).


Bad Boy Good: embalagem de atum, caixa de fósforos, recorte e sobras de papel, lacre de embalagem.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Reciclagem: Sobrou, vira Boneco Palhaço!


criação e fotos de Joba Tridente

Quando oriento Oficinas de Confecção de Bonecos Animados sinto que, dependendo do público, por mais simples que sejam os bonecos de caixas, os oficinandos travam. Mesmo com vários bonecos expostos, como referência, eles não conseguem visualizar uma letra “O” (ou “algo” arredondado) como olho e muito menos uma bolota como nariz.


Reclamam que nas publicações (revistas, embalagens) que têm em mãos não encontram coisa alguma que possam utilizar. Decidido a (re)educar o olhar deles, pego uma das publicações e recorto “olhos”, narizes, e material suficiente para adereços etc e coloco à disposição. Como (talvez por orgulho) eles se recusam a usar esse material, guardo e monto novos bonecos que são apresentados numa aula seguinte.


Três deles vou postar aqui: Palhaço, Bad Boy Good, Piá de Rua. Eles foram construindo com material recusado numa Oficina em uma instituição que abriga adolescentes transgressores (em semiliberdade).


Palhaço: embalagem de sabão em pó, caixa de fósforos, sobras de papel e de lã, lacre de embalagem.
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