Reciclando a Madeira - 1

Temporariamente ocupado com a feitura dos meus cartões especiais, e sem condições de montar e fotografar as adaptações de novos jogos, estou postando, com muitíssimo prazer, alguns trabalhos artesanais do meu irmão Nilson, que não sabia também artista.

Descobri recentemente, quando me hospedei em sua casa. Vi aquelas pequenas peças aqui e acolá e senti saudade da minha bucólica infância em Osvaldo Cruz, interior de São Paulo. Achei bacana e pensei que tivesse comprado em alguma viagem turística. Porém, antes que eu perguntasse, a minha cunhada Ana, que depois de anos dedicados à costura, está se iniciando na pintura, falou que aquelas miniaturas eram obras do meu irmão.

Fiquei estupefato (adoro esta palavra)! É que, até então, pelo que sabia, a sua habilidade profissional é a construção civil. No entanto, por questões de saúde, precisou diminuir o ritmo de trabalho. Foi aí que começou a (re)observar as pequenas coisas que compõem o mundo ao seu redor e se deixou viajar pelo tempo em que as casas tinham poço de água, forno de pão, fogão a lenha ou a pó de serra. E assim, sem que nem mais porque, ele começou a juntar e a descobrir sobras de madeira em sua oficina e a fazer estas pequenas maravilhas.

O meu irmão é um artista autodidata e com um registro visual fantástico. Habilidoso, ele cria e recria o que quiser e com um admirável apuro. Os detalhamentos dos tijolos e apetrechos da churrasqueira são impressionantes. Algumas peças são usadas até como maquetes para construções reais. Ah, ele também restaura brinquedos que encontra abandonados. É, parece que reciclar é, realmente, coisa de família.

Nilson ainda não tem um blog para divulgar o seu artesanato, que já conquistou um bocado de gente em Santo André (SP), mas é só por uma questão de tempo livre. Por enquanto a sua oficina é o seu reino encantado, de onde saem esses graciosos objetos diretamente para as mãos do primeiro da fila de espera. 

Artesanato de Nilson: Sobras de madeira, cola e verniz

fotos de Joba Tridente