quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Jobabilidade: Robô Michael Chaplin


reciclagem 
Restos de Bateria viram Robô Michael Chaplin

Certa noite, em 2010, saindo da Cinemateca de Curitiba, vi, numa caixa de lixo, o que me pareceu pedaços de uma cadeira giratória. Com tanto material em casa, esperando a vez, decidi deixar pra lá. Mas, para minha surpresa, o cineasta Marcos Stankievicz Saboia (meu parceiro na direção do curta de ficção Cortejo, em 2008), que seguia comigo, pegou aquilo e me entregou, dizendo que dava pra fazer um robô.


Pequei aquele resto de “sei lá o quê”, já que estava na dúvida se realmente era de alguma cadeira, meio a contragosto, e trouxe para o estúdio. No dia seguinte, mesmo sem saber o que era aquilo, fiquei olhando o estranho objeto e decidi desmontar, desentortar, limpar e ver o que virava, se o remontasse de uma forma diferente. Sem os rebites (amassados e enferrujados) dei asas à imaginação e inventei novas ligações com parafusos.


Ao fim da tarde tinha criado o Robô JTMC ou Robô Michael Chaplin. O nome é uma homenagem aos geniais artistas Michael Jackson e Charlie Claplin, porque, conforme a manipulação, ele dança o Moonwalk, do Michael e a Dança dos Pães, de Chaplin (do filme Em Busca do Ouro). Ah, e ainda ensaia alguns passos clássicos.


Assim que o Robô MC ficou pronto e o mostrei para algumas pessoas, fiquei sabendo que aquelas peças estranhas não eram partes de uma cadeira giratória, mas de um instrumento musical: bateria. Ô troço doido sô! É por isso que o danado é um grande dançarino!!!!! Ainda não fiz uma boa gravação para o YouTube e  ou Vimeo..., mas já este por aqui e agora volta em nova postagem.


Restos e Sobras: eu disse que as peças eram restos de uma cadeira giratória porque, certa vez, ouvi uma voluntária social dizer que as pessoas confundem sobras dos alimentos (na cozinha) com restos de comida (nos pratos). Sobra é o que pode e deve ser reaproveitado (inclusive a dos restaurantes). Resto é o que vai pro lixo. As peças que reciclei na criação do Robô Michael Chaplin são, ao mesmo tempo, sobras (de bateria quebrada) e restos (de bateria quebrada) jogados no lixo.


Robô Michael Chaplin: peças (possivelmente) de uma bateria, resistência (de chuveiro) queimada, parafusos, tampas plásticas, fixador de páginas e engates (?).


em breve novas fotos


JOBA TRIDENTE - Artista Plástico - Individuais: 1991 - Sagrados e Profanos - Hall da Secretaria de Estado da Cultura do Paraná - Curitiba-PR; 1986 - Sagrados e Profanos - Galeria “B” da Fundação Cultural do Distrito Federal - DF; 1984 - Arteveste - Galeria Jegue Elétrico - DF; 1983 - I Comício Cósmico de Brasília - Centro Cultural Le Corbusier – DF e  Arte Alternativa II e III - Galeria Jegue Elétrico - DF; 1982 - Arte Alternativa - Galeria Jegue Elétrico – DF.

JOBA TRIDENTE - Artista Plástico - Coletivas: 2015 - Bench Artes - São Paulo-SP; Nem Tudo Termina em Pizza - São Paulo-SP. 2013 - Mail Art Cupcake - MuBE - Museu Brasileiro de Escultura. 2000 - Fandango Subindo a Serra - SESC da Esquina - Curitiba-PR.  1997 - Guido Viaro, 100 Anos: Interpretação 97 - Museu de Arte do Paraná - Curitiba - PR. 1996 - V Concurso de Presépios - Memorial da Cidade de Curitiba - PR; 1994 (itinerante: 1995/1996) - Suite Vollard, Picasso - Uma Interpretação Paranaense - Museu de Arte do Paraná - Curitiba - PR; 1987 - Salão de Artes Plásticas de Brasília - Galeria da Fundação Cultural do Distrito Federal - DF e Levante Centro-Oeste - Galeria da Fundação Cultural do Distrito Federal - DF; 1986 - Salão de Artes Plásticas de Brasília - Galeria “B” da Fundação Cultural do Distrito Federal - DF; 1983 - I salão de Arte Mística/Mítica/Mediúnica - Hall da Prefeitura Municipal de Petrópolis - RJ e II Salão de Arte Mística/Mítica/Mediúnica - Centro de Convenções de Brasília - DF; 1977 - II Salão de Arte e Pensamento Ecológico - Touring Club de Brasília - DF; 1974 - I Encontro de Artes do ABC - Hall do Teatro Municipal de São Bernardo do Campo - SP.

JOBA TRIDENTE - Artes Gráficas, Humor e Quadrinhos: 1997 - 1ª Mostra da Ilustração Paranaense - Museu de Arte Contemporânea do Paraná - Curitiba - PR; 1993 - Bienal Internacional de Quadrinhos do Rio de Janeiro - RJ; 1991 - Arkivo Gráphico - Gibiteca de Curitiba - PR; 1980 - Brasília 20 Anos - Hall do SESC - DF e  Caricatura e Desenho de Humor de Ontem e de Hoje - Criatura-I - Exposição itinerante organizada pela FUNARTE em: DF/SP/RJ/BA/CE/PR; 1977 - II Salão de Humor de Brasília - Fundação Cultural do Distrito Federal - DF; 1976 - Salão de Humor de Brasília - Fundação Cultural do Distrito Federal - DF.

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Jobabilidade: Composições com Recortes de Papel


As Composições com Recortes de Papel, em Formato Postal, é um trabalho que realizo há alguns anos. São todas peças únicas dentro de séries diversas e atemporais (servem para qualquer evento!): Arranjos Florais, Cães, Gatos, Pássaros, Peixes, entre outros temas.


A base desta Arte Sustentável é a sobra dos mais diversos tipos de papel e de embalagem de papel. O meio é apenas a tesoura. Muitos pássaros, cães, gatos, peixes e flores são feitos num (re)corte só (sem emendas!). 

Os elementos de cada composição nascem do zero e ou são recriados e ou reaproveitados e texturizados em peças divertidas, bucólicas, infantis...


Eis uma breve mostra das composições de 2015
























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criação e fotos de Joba Tridente.2015 


JOBA TRIDENTE - Artista Plástico - Individuais: 1991 - Sagrados e Profanos - Hall da Secretaria de Estado da Cultura do Paraná - Curitiba-PR; 1986 - Sagrados e Profanos - Galeria “B” da Fundação Cultural do Distrito Federal - DF; 1984 - Arteveste - Galeria Jegue Elétrico - DF; 1983 - I Comício Cósmico de Brasília - Centro Cultural Le Corbusier – DF e  Arte Alternativa II e III - Galeria Jegue Elétrico - DF; 1982 - Arte Alternativa - Galeria Jegue Elétrico – DF.

JOBA TRIDENTE - Artista Plástico - Coletivas: 2015 - Bench Artes - São Paulo-SP; Nem Tudo Termina em Pizza - São Paulo-SP. 2013 - Mail Art Cupcake - MuBE - Museu Brasileiro de Escultura. 2000 - Fandango Subindo a Serra - SESC da Esquina - Curitiba-PR.  1997 - Guido Viaro, 100 Anos: Interpretação 97 - Museu de Arte do Paraná - Curitiba - PR. 1996 - V Concurso de Presépios - Memorial da Cidade de Curitiba - PR; 1994 (itinerante: 1995/1996) - Suite Vollard, Picasso - Uma Interpretação Paranaense - Museu de Arte do Paraná - Curitiba - PR; 1987 - Salão de Artes Plásticas de Brasília - Galeria da Fundação Cultural do Distrito Federal - DF e Levante Centro-Oeste - Galeria da Fundação Cultural do Distrito Federal - DF; 1986 - Salão de Artes Plásticas de Brasília - Galeria “B” da Fundação Cultural do Distrito Federal - DF; 1983 - I salão de Arte Mística/Mítica/Mediúnica - Hall da Prefeitura Municipal de Petrópolis - RJ e II Salão de Arte Mística/Mítica/Mediúnica - Centro de Convenções de Brasília - DF; 1977 - II Salão de Arte e Pensamento Ecológico - Touring Club de Brasília - DF; 1974 - I Encontro de Artes do ABC - Hall do Teatro Municipal de São Bernardo do Campo - SP.

JOBA TRIDENTE - Artes Gráficas, Humor e Quadrinhos: 1997 - 1ª Mostra da Ilustração Paranaense - Museu de Arte Contemporânea do Paraná - Curitiba - PR; 1993 - Bienal Internacional de Quadrinhos do Rio de Janeiro - RJ; 1991 - Arkivo Gráphico - Gibiteca de Curitiba - PR; 1980 - Brasília 20 Anos - Hall do SESC - DF e  Caricatura e Desenho de Humor de Ontem e de Hoje - Criatura-I - Exposição itinerante organizada pela FUNARTE em: DF/SP/RJ/BA/CE/PR; 1977 - II Salão de Humor de Brasília - Fundação Cultural do Distrito Federal - DF; 1976 - Salão de Humor de Brasília - Fundação Cultural do Distrito Federal - DF.

domingo, 29 de novembro de 2015

Jobabilidade: Bois de Folia 2015


Em 2012 criei o Projeto de Arte Sustentável A ARTE ANDA, reutilizando ingressos plásticos, com estampas de obras de arte do acervo da Caixa Econômica Federal, descartados pelo Teatro da Caixa, de Curitiba. Como, por questões "burrocráticas" só consegui uma quantidade pequena de ingressos usados, o Projeto AAA segue meio trôpego e a produção de objetos escultóricos articuláveis é pequena..., mas sempre em evolução. 

Veja como eram os Bois de Folia em 2013:: A Arte Anda: Boi de Folia e A Arte Anda: Novos ModelosO Boi de Folia (Boi de Fumaça, Bumba Meu Boi, Boi de Mamão, Mulinha de Ouro, Boi de Reis, Boi Bumbá) faz parte do folclore brasileiro e é comemorado em 30 de Junho.


Para este final de ano fiz apenas nove Bois de Folia articulados + um, com a estampa PAZ, que não devo vender por causa de uma acontecimento estranho, que relatarei em breve. A Arte Anda pode até estar vagarosa, mas não para. Eis algumas fotos dos Bois de Folia 2015 com novo desenho. O tamanho dos objetos escultóricos é de 15 x 10 x 3 cm e o material utilizado é o foam (papel pluma) artesanal (feito com bandejas de isopor e papel). 

















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criação e fotos de Joba Tridente.2015


JOBA TRIDENTE - Artista Plástico - Individuais: 1991 - Sagrados e Profanos - Hall da Secretaria de Estado da Cultura do Paraná - Curitiba-PR; 1986 - Sagrados e Profanos - Galeria “B” da Fundação Cultural do Distrito Federal - DF; 1984 - Arteveste - Galeria Jegue Elétrico - DF; 1983 - I Comício Cósmico de Brasília - Centro Cultural Le Corbusier – DF e  Arte Alternativa II e III - Galeria Jegue Elétrico - DF; 1982 - Arte Alternativa - Galeria Jegue Elétrico – DF.

JOBA TRIDENTE - Artista Plástico - Coletivas: 2015 - Bench Artes - São Paulo-SP; Nem Tudo Termina em Pizza - São Paulo-SP. 2013 - Mail Art Cupcake - MuBE - Museu Brasileiro de Escultura. 2000 - Fandango Subindo a Serra - SESC da Esquina - Curitiba-PR.  1997 - Guido Viaro, 100 Anos: Interpretação 97 - Museu de Arte do Paraná - Curitiba - PR. 1996 - V Concurso de Presépios - Memorial da Cidade de Curitiba - PR; 1994 (itinerante: 1995/1996) - Suite Vollard, Picasso - Uma Interpretação Paranaense - Museu de Arte do Paraná - Curitiba - PR; 1987 - Salão de Artes Plásticas de Brasília - Galeria da Fundação Cultural do Distrito Federal - DF e Levante Centro-Oeste - Galeria da Fundação Cultural do Distrito Federal - DF; 1986 - Salão de Artes Plásticas de Brasília - Galeria “B” da Fundação Cultural do Distrito Federal - DF; 1983 - I salão de Arte Mística/Mítica/Mediúnica - Hall da Prefeitura Municipal de Petrópolis - RJ e II Salão de Arte Mística/Mítica/Mediúnica - Centro de Convenções de Brasília - DF; 1977 - II Salão de Arte e Pensamento Ecológico - Touring Club de Brasília - DF; 1974 - I Encontro de Artes do ABC - Hall do Teatro Municipal de São Bernardo do Campo - SP.

JOBA TRIDENTE - Artes Gráficas, Humor e Quadrinhos: 1997 - 1ª Mostra da Ilustração Paranaense - Museu de Arte Contemporânea do Paraná - Curitiba - PR; 1993 - Bienal Internacional de Quadrinhos do Rio de Janeiro - RJ; 1991 - Arkivo Gráphico - Gibiteca de Curitiba - PR; 1980 - Brasília 20 Anos - Hall do SESC - DF e  Caricatura e Desenho de Humor de Ontem e de Hoje - Criatura-I - Exposição itinerante organizada pela FUNARTE em: DF/SP/RJ/BA/CE/PR; 1977 - II Salão de Humor de Brasília - Fundação Cultural do Distrito Federal - DF; 1976 - Salão de Humor de Brasília - Fundação Cultural do Distrito Federal - DF.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Joba Tridente: Exercitando o Olhar com Panetone


Já falei, em ocasião anterior, que há alguns anos trabalho com recortes de papel nos mais diversos trabalhos de artes plásticas e gráficas. Por aqui já publiquei muitos trabalhos: Jobabilidade: Composições com Recortes; Valêncio Xavier: Uma Releitura da Via- Sacra, Teatro de Bonecos: A Princesinha, de Andersen, Cartões Ilustrados com Papel, Reciclagem: Presépio de Papel...

Atualmente compartilho a experiência do recorte em Oficinas Culturais, como a Exercitando o Olhar - Eu Vejo O Que Você Não Vê..., que, futuramente, deve ser registrada em livro.

Enquanto não participa da minha oficina..., vá exercitando o seu olhar com essa fatia de panetone com recheio de goiaba. A goiaba da embalagem parece mais pincelada de tinta óleo do que doce da fruta. Mas não importa..., não é esse o exercício.



1. O QUE VÊ NESTE SUCULENTO PANETONE?



2. E AGORA?

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O rato é uma ilusão na ótica do seu olhar.

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Criação e fotos de Joba Tridente.2015

domingo, 26 de julho de 2015

Selfientrevista com Joba Tridente


Convivendo diariamente com o multiartista Joba Tridente, após muitas negativas, o convenci a me conceder uma entrevista sobre os seus 20 anos de Oficineiro Cultural. A promessa foi de total imparcialidade, o que não é fácil, já que o conheço de longa data. Joba falou das primeiras oficinas, das viagens por quase todo o estado do Paraná, dos produtos resultantes, dos oficinandos e dos planos futuros.  

EU: Joba, você está completando 20 anos de Oficineiro Cultural em 2015, qual o balanço que faz dessa jornada de duas décadas.
Joba Tridente: Gratificante! Nos primeiros 15 anos de jornada, ao menos. Orientei Oficinas Culturais no interior do Paraná e em Curitiba. Estive em cidades de uma rua só; favelas; escolas municipais e estaduais; universidades; feiras culturais e agropecuárias; bibliotecas; praças e ruas; teatros, instituições disciplinadoras, quartel, semiliberdade, abrigo de menores, orfanato. Participei dos principais projetos culturais do estado e do município, como o Comboio Cultural; Educação Com Ciência; FERA; Bibliomóvel Teatro Guaíra-Paranização; Paraná em Ação, Paraná Fazendo Arte; Festival de Inverno de Antonina; BiblioSESC; Ligado na Cultura, entre outros. Cada viagem foi um aprendizado diferente, também porque o público era diferente, cada um com a sua carência cultural e, às vezes, social. Já tive oficinandos que participaram das Oficinas só pra ter com quem conversar, trocar ideias sobre a arte que faziam ou a vida que levavam.

Comboio Cultural - Parque do Ibirapuera - São Paulo - 2002

EU: Por que você disse que o trabalho de Oficineiro Cultural foi gratificante nos primeiros 15 anos?
JT: É que nos últimos cinco anos, acho que de 2010 para cá, por conta do expressivo aumento de oficineiros, inflacionando o mercado cultural, e com o arrocho econômico, as instituições deixaram de realizar oficinas e ou atender as expectativas dos interioranos. Eu sou de uma época em que praticamente se contava nos dedos de uma mão os artistas interessados em se aventurar pelo interior do estado e ou em favelas na capital para orientar alguma oficina. Eu estava sempre disponível. Era um tempo sem burocracias, e, principalmente, sem “quem indica” e indicados picaretas teóricos de caixinha. Era tudo muito simples, bastava apresentar e ou criar um projeto específico para a Fundação Cultural, as Secretarias Estaduais e Municipais da Cultura e da Educação... Hoje a burocracia é tanta que só falta te pedirem exame de DNA, pra saber se você é realmente quem diz ser, e atestado de vida, provando que não morreu após a última oficina. A prática do lúdico perdeu o encanto para a teoria sem prática dos mestres doutores fulanos achadores pós isso e pós aquilo. Os editais são tão confusos e com exigências tão esdrúxulas que é preciso um manual para desvendá-lo. Tem instituição que nem sabe a diferença entre cópia e documento original.

EU: Você lembra qual foi a primeira oficina que criou?
JT: Claro, foi a de Hai-Kai Sem Compromisso, para o SESC da Esquina, que orientei em Cascavel, para crianças em fase de alfabetização e, na sequência, em Francisco Beltrão. Foi fantástico ver crianças empolgadas, escrevendo seus poemas breves. Inesquecível! Há registro em VHS. Acho que o SESC deve ter alguma cópia do vídeo e do livreto que fiz com uma seleção de poemas. Posteriormente trabalhei esta oficina em diversos espaços culturais, atendendo a crianças, adolescentes e adultos, tanto em Curitiba quanto no interior do Paraná.

EU: Depois da primeira as outras foram mais fáceis?
JT: Não me lembro de ter dito que a Oficina de Hai-Kai fosse difícil, muito pelo contrário. Foi uma das mais prazerosas e rendia muito quando o público era formado por crianças e adultos...

Oficina de Boneco Animado - Biblioteca Itinerante - Londrina - 2012

EU: Como assim?
JT: É que a criança não tem receio de errar e acaba acertando sempre, incentivando o temeroso adulto. Eu falei que Hai-Kai Sem Compromisso foi a primeira oficina, mas, pensando melhor, pouco antes, uns dois meses, havia criado Assim Nasce Um Jornal, em que orientava todo o processo da criação de um veículo de comunicação. Os oficinandos diziam que os jornais produzidos na Oficina eram filhotes do Jornal NICOLAU, que fiz direção de arte por cinco anos. Depois das duas Oficinas vieram: Contando Histórias - A Arte de Escrever; Poesia Aleatória - Reciclando a Palavra; Arte Postal; Poética Postal; InterAtividades; Contando Histórias Com Bonecos Animados; Brinquedo Que Se Faz Brincando; Mil e Uma Reutilização da Embalagem de Pizza entre outras. Ah, e todas elas são 100% práticas e resultam em algum produto: livretos, brinquedos, bonecos, banco de palavras e imagens...

EU: Há alguma que gosta mais de trabalhar?
JT: Agora você me pegou! Cara, não sei dizer. Acho que depende do rendimento com os oficinandos. Quando há entrega do público, qualquer uma dela flui que é uma beleza. Gosto muito quando o oficinando descobre as possibilidades da Poesia Aleatória e ou do Hai-Kai, seja uma criança de sete, oito anos ou um octogenário. Fico extasiado com a reinvenção dos bonecos e ou brinquedos propostos..., admirado com as colagens da Arte Postal e até estarrecido com as composições espontâneas na InterAtiviade. É difícil, dizer uma, já que todas provocam sensações e resultados inusitados.

Oficina de Poesia Aleatória - Colombo - 2013

EU: E perguntando assim: Hai-Kai Sem Compromisso ou Poesia Aleatória?
JT: Ah, piorou! Elas até podem parecer diferentes na proposta e no propósito, mas têm algo em comum no resultado criativo. Por exemplo, com Hai-Kai Sem Compromisso a gente vai a campo e o oficinando registra as imagens despercebidas do seu cotidiano, enquanto que com a Poesia Aleatória ele recicla não apenas as palavras, mas também as imagens jogadas fora. Em ambas há um resgate, seja de imagem (que vira verbo e novamente imagem) e ou de palavras que reviram o verbo em outras significâncias.

EU: E as Oficinas de Bonecos ou de Brinquedos, qual é o público que atrai?
JT: Todos! São Oficinas que tanto as crianças quanto os adultos podem surpreender. Já vivi momentos inimagináveis, com o resultado da Oficina de Bonecos Animados para professores. Só pra dar um exemplo, certa vez, se não me engano, em Ipiranga, a apresentação final das professoras foi transmitida, ao vivo, pela rádio local. Hilário! Surreal demais! Onde já se viu, ou melhor, se ouviu teatro de boneco transmitido pelas ondas do rádio?


EU: Com tanto tempo de estrada deve ter muita história pra contar, hein?
JT: E bota história nisso!  Na época do Comboio Cultural, comecei a fazer um registro, uma espécie de diário, entrevistei outros oficineiros, mas, quando fazia revisão e edição do texto, tive problema com o computador e perdi tudo. Na verdade não sei se perdi, está tudo num HD aparentemente danificado. Espero um dia recuperar, porque tem também outros livros prontos ali. Outro projeto que me rendeu grande aprendizado foi o Educação Com Ciência, da Secretaria de Educação. Nunca vou me esquecer da vez em que contei histórias numa rodoviária, enquanto esperava o ônibus...

EU: As crônicas Cidades Minguantes faziam parte do arquivo que perdeu?
JT: Sim e não! Escrevi Cidades Minguantes durante o projeto Comboio Cultural (2001/2002), mas, como foram publicadas pelo jornal Gazeta do Povo, acabei salvando em CD. Ainda bem!

EU: Você, com certeza, já trabalhou com todo tipo de público, há algum preferencial?
JT: Acho que, de certo modo, já respondi a esta pergunta. Mas, vamos lá! Depende muito da Oficina e da motivação dos oficinandos. Já encontrei, numa mesma sala de aula, tanto gente inconveniente quanto extremamente interessada. Ou seja, tudo pode acontecer, até mesmo o público infantil dar um retorno mais imediato que o adulto. O adolescente é o mais complicadinho!

EU: Há mais o que comemorar e ou o que lamentar nestes 20 anos?
JT: Comemorar, é claro! Lamento apenas pelos últimos anos e pelo descaso municipal, estadual e federal com a educação e com a cultura. Aprendi muito na estrada, onde vivi momentos inesquecíveis, inspiradores e de surpreendente carinho.

EU: Aposentadoria?
JT: Esta é uma premiação difícil para um artista autônomo. Mesmo trabalhando, desde a adolescência, em outras ocupações, não tenho muitos anos de registros em carteira. Mas ando juntando os cacos dos RPA.

EU: Por falar em aposentadoria, um oficineiro é bem remunerado?
JT: Depende de quem o contrata. Participei de projetos muito bem remunerados e de outros que pagavam uma miséria. Você pode perguntar: Se pagavam tão pouco, por que aceitar o trabalho? Pelo o prazer de compartilhar arte e cultura. Ainda que este prazer me levasse para cidades de uma rua só e até a me hospedar em hotéis com banheiro coletivo. Mas também já fiquei em hotel cinco estrelas. Basicamente depende de quem te contrata e da tua necessidade de trabalho...


EU: Alguma novidade ainda para 2015?
JT: Sim! Estou retomando a Oficina Hai-Kai Sem Compromisso e criei a Oficina Exercitando o Olhar - Eu Vejo O Que Você Não Vê.

EU: Como as pessoas podem ter acesso às suas Oficinas Culturais.
JT: Através dos meus blogs. Ou melhor, do blog Afetos Culturais, criado exclusivamente para divulgar material das oficinas: sinopses, resultados, contos, passo a passo etc. Anteriormente publicava no Lixo Que Vira Arte, mas como comecei a misturar oficinas com trabalhos pessoais de artes plásticas, decidi por criar um novo espaço.

EU: E por falar em blogs, você tem mais dois, se não me engano?
JT: Sim, o Claque ou Claquete, basicamente de crítica de cinema, e o Falas ao Acaso, onde publico a minha produção literária e a de quem me interessar, independente do período, gênero ou “escola”. Ambos criados em 2009.

EU: Joba, obrigado pela sua atenção. Tem muita coisa que gostaria de perguntar, como, por exemplo, a sua experiência como Contador de Histórias..., mas acho que vai ficar pra uma próxima oportunidade, pois me parece que já nos estendemos para além do espaço...

JT: Quem sabe?! Se algum leitor também quiser algo mais, é só perguntar nos comentários!

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